23 de setembro de 2009

NO VETERINÁRIO

A ida ao veterinário é sempre uma aventura.
Com o tempo de espera e os animais que se encontram na sala, as histórias de cada um deles vão sendo alegremente trocadas na contagem decrescente para a consulta.
Nos últimos meses, conheci um par de catatuas que curiosamente haviam-se refugiado em casas diferentes no mesmo fim-de-semana chuvoso e, ao encontrarem-se naquele dia, comunicavam alegremente; uma tartaruga de 12 anos, na qual peguei, Nina de nome e com uma dona de idade muito simpática; alguns coelhos, e uma lista infindável de cães e gatos com variadas maleitas.

Desta vez conheci uma rapariga apaixonada por papagaios e gorilas que trazia 2 gatinhos de cerca de 2 meses, pelagem preta e olhos azul-petróleo, e que incompreensivelmente tinham sido abandonados numa mata, dentro de uma caixa com areia; uma senhora chique acompanhada de uma cadela rafeira lindíssima a qual tratava como uma filha e que, tal como eu, afirmou-se incapaz de comprar um animal ou dar preferência a raças (um óptimo exemplo, na minha opinião); uma ternura de senhora de 77 anos, com 3 gatas em casa e o coração partido por não poder albergar uma gatinha bébé de uma colónia que alimenta; e um casal que tinha recentemente adoptado dois irmãos bébés, também totalmente pretos (de olhos amarelos, como a Olívia, na imagem), com outra gata preta em casa - com uma perna amputada - e que se queixava da discriminação existente contra os gatos de pelagem negra. A realidade é que mesmo num país europeu, em pleno século XXI, estes animais ainda são os últimos a serem adoptados devido a superstições arcaicas!

É reconfortante encontrar pessoas que atribuem o maior dos valores aos animais, no entanto sei que, por todo o país, por todo o mundo, ainda há quem lhes negue respeito e compaixão e, consequentemente, os devidos cuidados veterinários.
Estas histórias de tolerância, tão díspares no seu conteúdo mas com a bondade como denominador comum, fazem-me sentir esperança de que, pouco a pouco, passo a passo, as mentalidades evoluam e os animais encontrem finalmente o seu lugar neste mundo.

( Imagem: Iolanda Mealha )

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5 comentários:

  1. Fico feliz por existirem pessoas assim. A minha gata Manecas também foi encontrada na rua em bebé, cheia de pulgas e com uma pata ferida.
    Levei-a ao vet e tratei-a, e desde há 9 anos que me alegra a vida e faz-me companhia nos melhores e nos piores momentos.

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  2. Que linda és, Olívia!
    Obrigada pela visita ao meu blogue!
    Bom fim-de-semana!
    Marradinhas afectuosas cá do rapaz!

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  3. Andreia: Estas histórias são mesmo um raio de luz no meio de tantas outras sem um final feliz.
    Muitas felicidades e parabéns por ter acolhido a Manecas. :)

    Chat Gris: A Olívia infelizmente já não se encontra entre nós, mas era absolutamente linda, uma verdadeira princesa.
    Marradinhas também para o princípe dos gatuchos cá da casa, e bom fim-de-semana! :)

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  4. Pois, apesar das muitas estórias hediondas :(((, são estas que nos fazem crer que ainda há esperança e que o ser humano e as sociedades evoluem...devagar muito devagar :(...
    Temos que nos agarrar a estes rasgos de luz, para acreditar que a vida como a conhecemos faz sentido, para além do nosso umbigo ;)...
    Bjocas e turrinhas ;),
    X.

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  5. É verdade Xana, e nem te conto as histórias que ultimamente tenho vivenciado, são de bradar aos céus!

    Pela minha experiência, as mentalidades tendem a adaptar-se aos locais... Num veterinário ligado a uma Associação por exemplo, geralmente as pessoas que o visitam costumam ser mais sensíveis às questões animais e adoptar aqueles que encontram na rua, enquanto que num veterinário mais caro, visitado por pessoas menos conscientes deste flagelo, os animais são regra geral de raça, comprados como se de objectos se tratassem, e os seus donos nunca considerariam levar para sua casa um animal que viram na rua, a fim de lhe dar a vida que tanto merece.

    Enfim, são dois mundos totalmente diferentes, e na minha opinião, sem razão de o ser!

    Bjs. :)

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